segunda-feira, 14 de março de 2011

#diadapoesia

Em homenagem ao dia da poesia, posto a minha favorita.
Aprendi a declama-lá com 11 anos de idade e ainda a tneho na mamória como se fosse ontem.
Vale a leitura.


Como dois e dois são quatro

Como dois e dois são quatro

Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sonho de uma flauta

Simplesmente lindíssima a letra dessa música. Vale a leitura!

"Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz.

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião

O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes né doce não.

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
Hum... E o mundo é perfeito

E o mundo é perfeito.

Eu não pareço meu pai

Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso.

Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo

Tem o novo que quer ter motivo
Tem a sede que morre no seio
Nota que fermata quando desafino

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas

É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade


Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar

E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito


"

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CUIDADO

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração enfarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O mundo colaborativo e nossas necessidades.

Acabei de ler esse texto sobre como as formas de trabalho são hoje, diferentes de antigamente e me identifiquei muito com ele, por isso resolvi postá-lo.
Espero que seja útil para mais alguém.

Quem precisa de escritório?

Foram necessários séculos para que a agricultura e as máquinas revolucionassem as sociedades, mas desde os primeiros bits e bytes, as mudanças passaram a ocorrer em uma ou duas gerações. Por isso estamos correndo pra lá e pra cá como baratas-tontas, tentando vencer agendas superlotadas e suspirando pelos bons tempos do Bel Air.

Vejam: o que seu pai (ou avô, dependendo de sua idade) fazia era despedir-se da família e dirigir-se a um prédio onde estariam as máquinas usadas para o exercício da função. Lá havia a troca de memorandos, as reuniões e os relatórios datilografados com cópias carbonadas. Tudo sob os olhares do chefe, a quem cabia checar se o trabalho estava sendo feito corretamente e se os empregados chegavam e saíam na hora certa.

Obviamente isto se tornou impraticável hoje em dia. Tem gente e carro demais no mundo. E falta tempo para darmos conta de todas as tarefas numa era de constantes mudanças. Parece que estamos amarrados às tradições, por isso que conceitos como teletrabalho e teleconferência custam a decolar. Muitas empresas não sabem como trocar o relógio-ponto por metas. E há a legislação trabalhista, que também precisa se adequar aos novos tempos, mas não sabe por onde começar.

O paradigma que mais custa cair por terra é o do escritório. Ele deixou de ser um lugar para ser umpunhado de ferramentas.

O laptop e o smartphone nos livram dos deslocamentos diários. Não é mais necessário ir até onde as máquinas estão. A internet móvel permite que você trabalhe em casa, no café da esquina, na sala de espera do dentista. Os relatórios, documentos e memorandos estão na internet. Seu chefe pode monitorar seu trabalho a partir dos resultados. Reuniões são virtuais, isso se realmente forem necessárias. O trabalho com os colegas também é virtual, colaborativo.

Ninguém mais precisa do escritório. Nossa dependência dele é puramente psicológica. Sinceramente? Acho que não é o trabalho e a correria que nos deixa tensos, e sim, a necessidade de se ter alguém para dar um beijo de manhã cedo antes de sair...

domingo, 2 de janeiro de 2011


Gosto de quem entende o que eu digo.
De quem escuta o que eu penso.
Da minha prole. Dos meus discos. Dos meus livros.
Da minha solidãozinha.
Dos meus blues. Do meu umbigo. De unhas cor de carmim.
De homem que sabe ser homem.
De noites em claro e dias em branco. De chuva e de sol.
Eu guardo as minhas rejeições em vidrinhos rotulados com o nome deles.
Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver.
Eu deixo pra quem eu acho que pode comigo.
Ninguém sabe.
Mas eu tenho coração de moça.

(Fernanda Young)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo




Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo

até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)



Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.



Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.


Desejos para 2011


Esses são meus sinceros desejos para NOSSO 2011!


"Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".